sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

A importância da música para a prefeitura de POA

(Este comentário é uma opinião pessoal, que não expressa necessáriamente a opinião do grupo.)

Para começar gostaria lembrar que este coletivo de artistas independentes incorporou o nome da cidade como próprio. Gostamos desta cidade porque possibilita muitos encontros entre artistas que tem por hábito pensar e discutir sua produção. É provavelmente a capital brasileira onde mais se lê...Digo isso a partir da minha experiência de marplatense que já viveu em Florianópolis, Curitiba, Sampa e conheceu o Rio e BH.
Pelo amor que temos por esta cidade devemos nos perguntar qual o valor que a prefeitura (nossos administradores do dinheiro da comunidade) dão à música.

Mais um edital para ocupação das salas da Usina do Gasômetro...

Mais uma vez a música é miseramente contemplada com 1 vaga no total de 10, contra 4 de dança e 5 de teatro.

Na cidade existe o "Porto Alegre em cena", festival que inclui a produção teatral local; assim como a Bienal do Mercosul" com participação dos artistas locais...Eu não conheço nenhuma iniciativa do tipo na música.

Por quê?

Alguém pode argumentar que o FUMPROARTE aprova projetos da música. Pelo que eu venho acompanhando 80% dessas aprovações é para gravação de CD...coisa mais fútil impossível, porque qualquer um hoje em dia consegue meios para gravar seu CD em casa.

As ações importantes, as que poderiam gerar uma visibilidade para a área não são contempladas por nossos administradores. De maneira que o público só pode conhecer o trabalho das orquestras (muito mal divulgado, por sinal) que em sua maioria se dedicam a recriar a música europeia dos s. XVIII e XIX (exceto o trabalho do maestro Cunha, claro). Ou assistir aos shows de música popular em formato comercial que são oferecidos nas casas noturnas.

Toda essa reflexão sobre arte e a produção gerada a partir dela é ignorada pelo poder público.

E nós músicos? Vamos ficar eternamente de braços cruzados?

Marcelo Villena - compositor