quarta-feira, 22 de abril de 2009

ENTORNO SONORO E SUA PRESENÇA EM MÚSICA A PARTIR DO SÉCULO XX

Bate-papo com o compositor Ulises Ferreti

Segunda-feira 27 de abril de 2007 18 h

Centro Cultural CEEE Érico Veríssimo

Rua dos Andradas, 1223 - Centro - Porto Alegre


ENTORNO SONORO E SUA PRESENÇA EM MÚSICA A PARTIR DO SÉCULO XX

Por Ulises Ferretti

O mundo que habitamos esta cheio de sons. Os ambientes rurales e os urbanos são espaços sonoros que estão ao nosso redor e que nós colaboramos a construir. Esse som do ambiente que influi nas pessoas que compartilham o espaço com ele, está sendo utilizado como um componente importante da música. Além dos problemas de contaminação que apresenta em nossa sociedade, desde os inícios do século XX diversas posturas e correntes musicais, com diferentes graus e considerações sobre distanciamento ou textualidade em respeito ao original, tiveram vinculações com o som do meio ambiente. Os sons do entorno sonoro, som do meio ambiente, entorno acústico ou paisagem sonora, assim como a organização que apresentam in situ, tem influenciado e acompanhado mudanças na música e nas outras expressões artísticas desde então. No século XX deu-se uma valoração ou re-valoração do ruído, e, com ele do som do meio ambiente como material de utilização na música de influencia européia, chegando a ser esta uma das marcas de seus mudanças na órbita erudita e popular desse século.
Na conversa proposta serão apresentadas posturas nas quais o som meio ambiental teve e tem realce, tanto como sonoridade em si, como na sua capacidade de motivação e derivação de estratégias composicionais. Dessa maneira serão comentadas, desde fragmentos escritos e fragmentos gravados, as principais correntes que impulsionaram a presença do som meio ambiental na música. Essa conversa parte do movimento futurista, abarcando até algumas das propostas no que diz respeito à utilização de entornos sonoros e seus sons na música do inicio do século XXI.



Ulises Ferretti.



Compositor e docente uruguaio egressado da Escuela Universitaria de Música (EUM). Mestre em Música na Universidade Federal do Río Grande do Sul (UFRGS). Integrante dos conjuntos Interpresen e Amalgama.

Sua produção musical inclui obras de câmara, orquestra, coro, instalação sonora, trabalhos para vídeo, filmes e teatro. Obras suas tem sido interpretadas na Argentina, Brasil, Italia, Paraguay, Portugal, Rusia y Uruguay. Artístas como Orquesta Filarmónica de Montevideo, Guitar Quartet, Silvia Navarro e Elida Gencarelli, tem interpretado e¤ou gravado obras de sua autoria. Algumas músicas de sua produção estão em trabalho de artístas visuais, como e o caso de Trodos e Amanece utilizadas Matarzzo …Ferretti em seu interesse pelo som do ambiente, nos últimos anos esta incursionando na composição a partir de entornos sonoros urbanos assim como no campo da instalação sonora. Mergulha desse modo no fato de que as cidades, a pesar do grave problema da polução sonora que apresentam, oferecem-nos também sonoridades e paisagens sonoros de grande capacidade expressiva. “Não temos mais que lembrar as nuances de som que acham-se no Farroupilha, entre lugares com barreras acústicas formadas de arvores mais ou menos distantes para confirma-lo”(Ferretti, 2009).

Referindo-se à produção compositiva de Ferreti, Ludmila Holos (Músicos de Aquí, CEMAU, 2000) escreve: Ulises Ferretti “..aborda uma diversidade de situações, utilizando instrumentações variadas nas quais propõe buscas de carácter estético e expresivo”. E Leonor Bouton de Carrerou (Revista Sinfónica, Montevideo, Marzo 2000) escreve: “Ulises Ferretti é por momentos um impresionista que não duvida em evocar com sua música imagens que momento depois distanciam-se do dado objetivo para adotar um rapsodismo cheio de expressão.” Na música de Feretti apresenta-se em diferentes momentos influencias dos estudos realizados com Juan José Iturriberry, Héctor Tosar, Coriún Aharoniam e Antônio Carlos Borges Cunha.

Obras suas encontram-se editadas nos selos Tacuabé, Timbó e SONDOR, de Uruguay.

Docente da EUM, apresenta actividade de palestras, seminarios e cursos em espaços universitarios e não universitarios dentro e fuera do seu país, entre eles se contam a Facultad de Filosofía y Letras de San Juan, Argentina, La Escuela de Música de la UNAM, México, y Facultad de Psicología, Uruguay. É membro deoNúcleo Música Nueva de Montevideo; e co-fundador em 2000 (junto aos compositores Juan José Iturriberry e Felipe Silveira) do conjunto de câmara Interpresen. Em 2003 recebe Premio Morosoli de Bronce no rubro música erudita. Actualmente é doctorando do PPG em Música da UGRGS, sob a orientação do compositor Antònio Carlos Borges-Cunha.

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