Terminando o ano, terminando as correrias, posso compartilhar alguns conceitos sobre os últimos dois concertos do ano que assisti. Houve um terceiro que aconteceu na mesma data e no mesmo horário que um desses dois.
O concerto que não presenciei foi um especial de Improviso que o Nativo Antônio Hoffmann Filho fez com o guitarrista japonês Yuki Yama. Aconteceu no dia 26 de novembro às 19:30 h no museu da ufrgs. Acredito que deve ter sido excelente. Quem pode falar dele é Felipe Faraco, que fez o apoio logístico e tocou como convidado.
No mesmo horário e dia, Alexandre Fritzen, Mateus Mapa e eu estavamos no Centro Cultural CEEE - EV para uma apresentação de peças com temática relacionada ao Centro Histórico de Porto Alegre. O convite partiu da coordenação da área cultural do CEEE, Sabrina Lebermann. No recital apresentamos as seguintes peças:
1- Porto das águas de Abel Roland, paisagem sonora construída utilizando sons gravados nas ruas de Porto Alegre, principalmente no Arroio Dilúvio e o Guaíba nas imediações do Gasômetro. Esta é uma peça que foi apresentada em outras ocasiões e que caia como luva para a temática.
2- Condor no Hotel Majestic de Marcelo Villena, interpretação livre do título do poema homônimo do catarinense Rodrigo de Haro (tio do pianista e improvisador conhecido por nós Diogo de Haro). Uma peça para violino solo intérpretada pelo próprio autor. Com uso preferencial de técnicas expandidas a composição pretende ilustrar o pouso de essa ave extranha no histórico hotel. A performance cênica incluiu Alexandre Fritzen da Rocha varrendo o palco.
3- Digressão matutina no Instituto de Artes de Alexandre Fritzen da Rocha , paisagem sonora feita de colagens de sons habituais e únicos do nosso templo do saber.
4- Usinão de Mateus Mapa. Samba-homenagem a usina do gasômetro tocado à moda do Zé da Terreira, só com surdão e voz.
O público presente (empresários da região do centro de POA) foi tomada de surpresa. Eles provavelmente nunca ouviram esse tipo de música. A reação espontânea às paisagens sonoras faria o John Cage dar risadas: foram do cochicho tímido à fala em volume claramente perceptível. A sua maneira entenderam que a proposta tinha a ver com o som ambiental...e provavelmente eles assistem espetáculos em que esses som ambiental não é censurado.
Silence...silence...per chè?
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
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